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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

OPINIÃO I Um João Camêlo cheio de equívocos e contradições

Foto: Divulgação/Reprodução
Da REDAÇÃO
charlesnasci@yahoo.com.br

Na entrevista que concedeu na manhã desta quarta-feira (23), ao comunicador Alan Lucena, apresentador do "Jornal das 7", na Rádio Integração FM, o ex-prefeito de Casinhas, João Camêlo (PSB), confirmou o que todos já sabiam: sim, ele está no páreo como pré-candidato ao comando do Palácio Miguel Agostinho nas eleições do próximo ano. E que conta com o apoio de quatro vereadores da oposição: Verônica Geriz (PSB), Marcelo Andrade (PSB), Maria Pires (PSD) e Inácio do Toyota (PSDB). Entretanto, suas declarações na entrevista de hoje provam que ele continua um "líder político" inseguro, equivocado e contraditório, ao afirmar, por exemplo, que não partiu do "líder político" João Camêlo a decisão de apoiar a então candidata a prefeita Rosineide Barbosa na sucessão eleitoral de 2012, mas sim, do governo estadual, à época governado por Eduardo Campos, deixando bem claro que não foi uma decisão própria sua (algo profundamente lamentável e imperdoável vindo de um "líder político"). Em seguida, disse que é com o apoio das mesmas pessoas que o "obrigaram" a apoiar Rosineide que sairá candidato novamente em 2016.

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João também fez críticas à atual gestão municipal, afirmando, em especial, que "a Saúde de Casinhas está quase na UTI". A César o que é de César, diante de todo tipo de dificuldade financeira enfrentada pela atual gestão, nunca se fez e se viu tantos avanços na área da Saúde em apenas três anos como vemos hoje. Temos exemplos significativos, como é o caso da implantação do SAMU (sua Base, inclusive, foi construída com recursos próprios), das amplas reformas dos PSF's do município e das construções em andamento de duas modernas Unidades Básicas de Saúde, das aquisições de uma nova ambulância (com recursos próprios) e de novos gabinetes odontológicos, além do oferecimento de vários serviços de especialidades e de exames de Ultrassonografia e, o principal, do atendimento médico 24 horas no hospital da cidade, só pra sintetizar. O município acabou tornando-se referência na Atenção Primária, de acordo com a 7ª Avaliação da GERES de Limoeiro.

Na Educação, Infraestrutura e Assistência Social também não é diferente e seriam necessários vários posts para enumerar todas as ações. Criticar de forma vazia e gratuita é muito fácil. Difícil é reconhecer as ações de um governo que demonstra verdadeiro comprometimento no sentido de buscar garantir qualidade de vida para o seu povo. Não é à toa que Casinhas, hoje, é destaque na Educação, com ótimas pontuações alcançadas junto ao SAEPE, uma evolução bastante positiva no IDEB e o 2º lugar no Programa Alfabetizar com Sucesso em 2014, além de possuir seu próprio programa de avaliação e monitoramento escolar, o APEC. A conquista do Troféu Gestor Nota 10 e o Certificado de Qualidade Total Brasil-Suíça, conferido pela Associação Brasileira de Divulgação (UBD), também confirma muita coisa: o prêmio é concedido aos melhores gestores do país e tem por finalidade divulgar o excelente trabalho desenvolvido por eles em seus municípios.

Duas iniciativas arrojadas, que buscam alternativas econômicas para a população, embasadas no objetivo de gerar emprego e renda, também marcam profundamente a atual gestão. A primeira diz respeito à promoção de cursos de capacitação profissional e a implantação de uma Cooperativa Têxtil na cidade — que já beneficia, neste momento, muitas famílias locais. A segunda refere-se à retomada da cajucultura no município, com implantações de uma Área Experimental e de um Jardim Clonal, só pra começar. Tratam-se, portanto, de projetos da maior grandeza e merecedores de todos os aplausos. Ou não?

A prefeita faz questão de participar da grande maioria dos eventos realizados no município, faz questão de vistoriar obras periodicamente, despacha em seu gabinete e até em sua residência e, sempre que pode, visita as comunidades, vai ao encontro dos munícipes. Ainda assim, vez ou outra é cobrada a se fazer mais presente no município. Porém, se fosse feita uma pesquisa em todo o Agreste Setentrional para identificar qual o gestor da região que mais vive batendo pessoalmente nas portas de órgãos públicos estaduais e federais, não seria nenhuma surpresa se o seu nome aparecesse no topo da lista. É o preço que se paga numa situação dessas. A César o que é de César, mais uma vez: quantas ações e conquistas poderiam nunca ter chegado ao município se ela fosse igual a muito prefeito que opta quase que exclusivamente pelo "assistencialismo barato e ultrapassado" praticado muitas vezes no universo de um gabinete? 

O ex-prefeito também citou as obras quase paralisadas da atual gestão. Como se isso fosse um mal apenas local e não nacional, como temos visto diariamente no noticiário. Em Surubim ou em qualquer outro município vizinho da região, por exemplo, vamos encontrar inúmeros exemplos disto. É má vontade ou incapacidade administrativa por parte dos gestores? Não, não é. Ninguém suporta mais ouvir falar em crise, mas ela é real, a população está sentindo os efeitos dela no próprio bolso. Na gestão pública não é diferente, mas é preciso competência e jogo de cintura para enfrentá-la. E poucos entendem disso na prática. Sensibilidade, num momento delicado como o atual, é virtude de poucos.

Em sua entrevista, o ex-prefeito perdeu a oportunidade de dizer para a população, por exemplo, quantas e quais obras realizou com recursos próprios em oito anos dos seus dois mandatos consecutivos. Perdeu a oportunidade de dizer qual é o seu diferencial, quais são suas propostas nestes novos tempos da gestão pública. Enfim, perdeu a oportunidade de não se limitar apenas ao tradicional de quem faz oposição movido apenas pela ambição do poder. Limitou-se a citar a Rodovia PE-102, uma obra realizada durante seu governo, mas que foi totalmente construída com recursos estaduais e federais, numa iniciativa direta do então governador Eduardo Campos.

No mais, o calor da campanha que se avizinha parece querer tomar conta do espírito de algumas pessoas antes do tempo. Quem se diz seguidor da cartilha de Eduardo Campos ainda não aprendeu que política se faz no momento certo. Quem faz o contrário sinaliza completa imaturidade política, atira no escuro ou no próprio pé. Trabalho, ideias e projetos em primeiro lugar sempre! É disso que Casinhas precisa e merece. O resto é com o povo. É simples.

Ouça a íntegra da entrevista com o ex-prefeito João Camêlo e tire suas próprias conclusões: